quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Juiz teria recebido R$ 153 mil, denuncia produtor

O jornalista e produtor rural de Sinop (500 km de Cuiabá), Clayton Arantes iniciou nesta quinta-feira (20), uma greve de fome acampando em frente ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, visando denunciar o juiz da 1ª Vara Cível, Paulo Martini, por venda de sentenças. Arantes acusa o magistrado de beneficiar advogados com decisões “esdrúxulas” e estaria recebendo dinheiro em troca.

O produtor está prestes a perder uma área de 968 hectares dentro de uma propriedade de 2.222 hectares, que sua família adquiriu em 1998. A negociação foi feita com o agricultor Adão Rodrigues, que vendeu a área por R$ 450 mil. Logo depois, Adão alegou ter perdido as notas promissórias e o pagamento foi documentado em recibo.

Anos mais tarde, o agricultor queria comprar parte da propriedade de volta, pagando em quatro parcelas. Efetuou apenas uma e voltou a cobrar a dívida de R$ 450 mil que já teria sido paga. A partir daí, o problema foi judicializado e Adão conseguir uma decisão do juiz Paulo Martini, para retomar a área.

Arantes acusa o juiz de ter recebido R$ 153 mil pela decisão favorável. “Decidi fazer esse movimento, porque me sinto injustiçado. Fui vítima de um juiz, que é líder de um grupo de mafiosos que atuam em Sinop. Um juiz corrupto e não posso como cidadão ficar de braços cruzados diante dessa situação”, afirmou.

De acordo com o produtor rural, Martini é conhecido em Sinop e região como “vendedor de sentença” e já responde vários processos, mas continua no cargo. “Ele deveria estar afastado do cargo há muito tempo, parte da população de Sinop já foi vítima desse juiz corrupto”, disse.

Arantes entrou com uma representação contra o juiz na Corregedoria do TJ. A assessoria de imprensa do departamento, afirmou que o caso está sendo investigado.

Denúncias

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Stábile, afirmou que a entidade já recebeu várias denúncias contra o juiz e já pediu providências, "mas no âmbito do Judiciário Estadual nada foi feito para que o juiz deixe de cometer injustiças".

“O juiz que deveria ser o pacificador está sendo a causa de conflitos em Sinop e atinge toda a região que é pólo no Estado. Infelizmente ações como essa acabam manchando a imagem da magistratura”, afirmou.

Segundo Stábile, o Ministério Público Estadual já pediu o afastamento de Martini, mas o requerimento não foi acatado. O magistrado responde inclusive ação criminal e ainda continua no cargo.

Devidos as fracassadas tentativas na Justiça Estadual, a OAB vai à Brasília levar o caso ao conhecimento da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, para algumas providências sejam tomadas.

Stábile afirmou que há indícios fortes de corrupção e que alguma providência precisa ser tomada.

Fonte: MT Notícias
Foto: Midia News

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